Sonya Azevedo
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Creio em Deus e fiz Dêle o meu melhor amigo. Amo os seres alados, mensageiros da Luz Universal. Amo minha filha, meu neto que acabou de chegar, minha familia, meus amigos. Gosto de criar, seja na escrita, na escultura, nas artes plásticas, enfim, em tudo em que possa expressar a minha sensibilidade. Sou alegre, parceira constante da felicidade. Gosto muito de estar comigo. São nesses momentos, onde a paz reina em meu interior, que me torno etéreo e busco palavras nas esferas estrelares.

 




Andorinha Desgarrada

Já fui andorinha desgarrada
Solitária na imensidão do nada...

Já fui estrela cadente
Que se lança consciente
A um sonho,
Único, talvez,
A descobrir depois
Que, em verdade,
Perdeu a vez,
Perdeu outros
Que o tempo não refez.

Já fui rio
Deslizando suave
A percorrer caminhos...
Já fui corredeiras
De pressa inconsciente
Levando beiras
A navegar
Por rumos diferentes.

Já fui bambu
Vergando para os lados
Sem, contudo, perder
O prumo, o equilíbrio,
Em meio aos vendavais.

E quando bambu
Pude sentir
Quão fortes eram as mi'as raízes
E quão ereto
Ascendia-me em haste
Em busca do infinito.

Então vi as cadentes
Destrançando seus cabelos
Fazendo-me timoneiro
Nesse rumo de cristal
Onde o Porto é único,
Onde a Paz
É tão somente
Os braços de Deus!

(Sonya Azevedo)

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